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In the Media

In Brazil: Embrapa E Crop Trust Assinam Acordo

CropTrust Embrapa sign CWR Agreement in BrasiliaCropTrust Embrapa sign CWR Agreement in Brasilia

25 March 2015

In the Brazilian Press: The Crop Trust and Embrapa to collaborate in crop wild relative project.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, e o representante do Fundo Global da Diversidade Agrícola (Global Crop Diversity Trust), Luigi Guarino, assinaram no dia 24 de março de 2015 um acordo para coleta e conservação de parentes silvestres de quatro espécies de interesse para a agricultura mundial: arroz, batata-doce, batata e um cereal conhecido internacionalmente como finger millet, cujo nome científico é Eleusine coracana. Trata-se de uma espécie muito cultivada e consumida em regiões áridas da África e da Ásia. O Fundo vai investir cerca de US$ 150 mil neste projeto de pesquisa, que será desenvolvido pela Embrapa.

O projeto vai envolver cerca de 25 países e o Brasil é o primeiro na América Latina a assinar o acordo. A formalização da cooperação é decorrente de uma visita feita por Guarino à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Embrapa localizada em Brasília (DF), em março de 2014. Segundo o representante do Fundo, a escolha da Embrapa se deu pela experiência de seus pesquisadores na coleta de espécies vegetais, adquirida e consolidada ao longo de quatro décadas, nas quais realizam sistemáticas expedições em todas as regiões brasileiras em busca do aumento da diversidade genética de espécies vegetais de importância alimentar, entre outras aplicações, como energia, medicina, indústria de cosméticos e produção ornamental, entre outras.

Essas espécies foram definidas pelo próprio Fundo porque possuem parentes silvestres em várias regiões brasileiras e muitos ainda não estão conservados nos bancos genéticos do País. O objetivo da instituição é garantir a conservação dos parentes silvestres dessas espécies, com o máximo de variabilidade possível. Por isso, o projeto prevê ações de coleta em todas as regiões brasileiras e, depois, a sua integração aos bancos conservação de arroz – Embrapa Arroz e Feijão -, batata e batata-doce – Embrapa Clima Temperado e Embrapa Hortaliças.

Ações de pesquisa serão definidas por análise GAP

As ações serão definidas por uma análise GAP. Essa ferramenta permite melhorar processos e tarefas a partir do levantamento de lacunas existentes na situação atual para alcançar a situação ideal. No caso da Embrapa, essa análise será feita em bancos de dados de herbários brasileiros para conhecer a situação atual dos parentes silvestres dessas espécies que já foram coletados no Brasil, de forma a identificar as regiões em que essas ações precisam ser intensificadas ou, até mesmo, iniciadas. A ferramenta GAP será usada também para avaliar os materiais conservados nos bancos de germoplasma brasileiros. Por isso, é provável que o projeto envolva também instituições externas à Embrapa que trabalham com essas espécies.

Visita à Brasília: Dados do sistema de documentação de recursos genéticos da Embrapa serão migrados para o sistema do Fundo Global

Depois da assinatura, o representante do Fundo Global se reuniu na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia com a chefe de P&D da Unidade, Marília Burle, e o supervisor do Núcleo de Tecnologia da Informação, Gilberto Hiragi. O objetivo foi discutir a integração entre o Alelo – Sistema de Informação em Recursos Genéticos da Embrapa e o Genesys, que é o sistema gerenciado pelo Global Trust, que abrange 252 países, 446 instituições e 2.773.293 acessos de plantas.

O Sistema Alelo, desenvolvido para web, em software livre, engloba informações sobre recursos genéticos de plantas, animais e microrganismos conservados pela Embrapa e outras instituições brasileiras. Segundo a chefe de P&D, o Fundo enviará um técnico dentro de alguns meses para resolver os detalhes técnicos da migração dos dados brasileiros.

Reuniões com ministérios discutiram a ampliação da participação do Brasil no Fundo

Em Brasília, o representante do Fundo Global se reuniu ainda com representantes de três ministérios: Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Meio Ambiente (MMA) e Relações Exteriores (MRE) para discutir formas de aumentar a colaboração do Brasil no Fundo Global para garantir a segurança alimentar no mundo.

“As reuniões buscaram fortalecer as relações entre o Brasil e o Crop Trust, na medida em que trabalham para preservar a diversidade de culturas, que é vital para alimentar as crescentes populações considerando-se ainda o atual cenário de mudanças climáticas”, afirmou Guarino.

Segundo ele, o Brasil é amplamente conhecido como um líder mundial no campo da pesquisa agrícola. Em abril de 2014, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia inaugurou as modernas instalações do novo Banco Genético — um investimento de R$ 13 milhões, que ajudará a complementar o esforço de conservação das coleções internacionais e bancos genéticos do Brasil e do exterior.

“O novo Banco Genético já está contribuindo para o esforço internacional ao abrigar a duplicata da coleção de batata do Centro International de Batata (CIP), localizado no Perú. Essa colaboração global é absolutamente essencial, dada a interdependência entre as nações em relação à diversidade de culturas. O Brasil, por exemplo, é dependente de vários tipos de culturas não nativas e que representam cerca de 90% da energia alimentar que sua população consome”, ressalta o representante do Fundo.

O Fundo Global e a Embrapa vem colaborando com sucesso em uma série de projetos. Como exemplo, um projeto para coletar e conservar amostras de cevada, feijão e feijão-caupi silvestres, com vistas a proteger a diversidade e melhorar a utilização dessas culturas. Projetos para resgatar e avaliar coleções de milho também foram apoiados.

Saiba mais sobre o Fundo Global da Diversidade Agrícola

O Global Crop Diversity Trust é um fundo internacional que tem como missão garantir a conservação e a diversidade de culturas agrícolas em prol da segurança alimentar em nível mundial. O Fundo foi criado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Bioversity International e conta com o apoio financeiro de vários países doadores, entre eles o Brasil que doou ao Global Trust US$ 30 mil.

Esse dinheiro é aplicado e usado em pesquisas em todo o mundo, com foco principal no resgate e conservação da diversidade genética das culturas agrícolas. O objetivo do Global Trust é buscar e preservar os parentes silvestres das espécies utilizadas na alimentação, que representam a base biológica de toda a agricultura. Além disso, apoia a conservação adequada desse material em bancos genéticos.

O Fundo tem, em seu mandato, o compromisso de conservar todas as culturas de importância para a alimentação, mas entre as que foram definidas como prioritárias, destacam-se: mandioca, banana, arroz, feijão, batata, sorgo, triticale, trigo, fava, feijão, milho, além de hortaliças, frutas e espécies forrageiras.

Além do Brasil, participam como doadores outros 18 países: Austrália, Canadá, Colômbia, Egito, Etiópia, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Eslováquia, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.

O Global Trust também co-financia e opera o Banco Global de Sementes de Svalbard, situado na cidade de Longyearbyen, Noruega, o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Além de estar situado dentro de uma montanha na cidade de Longyearbyen foi construído com total segurança para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terremotos, aquecimento gradual, etc.) e até mesmo a uma explosão nuclear.

O Banco de Svalbard contém hoje mais de 860.000 amostras de sementes de todo o mundo. O Brasil, por meio da Embrapa, já depositou cerca de 1.300 amostras no Banco, incluindo quinhentas amostras de arroz e de feijão, o que garante a preservação, a longo prazo, de uma parte importante do patrimônio genético do País.

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