O Globo TV Reports on Seed Vault
17 March 2012
O Globo TV in Jornal Nacional reports on the Svalbard Global Seed Vault.
Se depender da ciência, os alimentos de origem vegetal nunca vão desaparecer. Uma espécie de arca com sementes de todo o planeta foi construída debaixo das terras geladas da Noruega.
Uma ilha gelada no meio do Atlântico Norte. Svalbard, na Noruega, fica a apenas 1.300 quilômetros do pólo. Na terra dominada por ursos polares e leões-marinhos, a maior caixa-forte subterrânea do mundo guarda um dos principais tesouros da humanidade: amostras de sementes de todos os vegetais comestíveis conhecidos. São cerca de 4,5 milhões espécies.
O depósito foi inaugurado em 2008. E, de lá para cá, é aberto apenas três ou quatro vezes por ano, sempre no finalzinho do inverno, para receber novas sementes do mundo todo. O Jornal Nacional acompanhou, com exclusividade, a chegada da primeira remessa da América Latina.
São amostras de milho e feijão da Venezuela, café da Colômbia, arroz da Guatemala e da Bolívia. O Brasil, que foi um dos incentivadores do projeto, ainda não mandou suas próprias amostras. Mas nossas sementes já fazem parte das coleções enviadas por outros países, como Canadá, Estados Unidos, Suécia e México.
Tudo é guardado em caixas especiais, que seguem pertencendo ao país que enviou as sementes para lá. Segundo o diretor do projeto, Cary Fowler, a ideia é que o depósito funcione como uma reserva de segurança. Se uma espécie de vegetal qualquer for devastada, basta plantar as sementes guardadas no supercofre.
Foi o que aconteceu nas Filipinas no ano passado. Enchentes destruíram plantações inteiras de arroz. E, logo depois, um incêndio acabou com o que restava. As amostras guardadas em Svalbard foram a salvação da lavoura.
O depósito é um grande refrigerador natural, onde a temperatura não passa de -18ºC. Lugar perfeito, segundo os cientistas, para conservar sementes por até 20 mil anos. Além disso, o lugar é à prova de terremotos, inundações, explosões nucleares e até queda de asteroides. Não é á toa que o depósito vem sendo chamado de Arca de Noé dos vegetais.
Embora o custo da obra – cerca de R$ 10 milhões – tenha sido pago por países europeus, ninguém será dono absoluto da chave do cofre. O patrimônio é de toda a humanidade.